Quase metade dos fumantes brasileiros quer largar o cigarro

29.09.17 - O Globo


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RIO – Quase a metade dos fumantes brasileiros diz querer largar o cigarro, mas seus esforços ainda esbarram na tentação provocada pelo marketing dos produtos e na demanda por mais programas de aconselhamento e apoio efeitvo à cessação do vício na rede de saúde, sugere a terceira edição de pesquisa global de projeto sobre o controle do tabagismo divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional do Câncer José Gomes Alencar (Inca).

A proporção de brasileiros que afirmou planejar parar de fumar num prazo de seis meses (49%) é a maior registrada nos 28 países onde o novo levantamento do Projeto Internacional de Avaliação das Políticas de Controle do Tabaco (ITC) foi realizado e onde vivem dois terços dos fumantes do planeta. Aqui, principal motivação apontada por eles para largar o vício (68%) foi a preocupação com a própria saúde, seguida de “dar exemplo para as crianças” (66%), da preocupação com os efeitos gerados pela sua fumaça em não fumantes próximos (51%) e do preço dos cigarros (50%).

A pesquisa, no entanto, também mostra que o Brasil ainda não conseguiu banir por completo a propaganda dos produtos como requer a Convenção Quadro para Controle do Tabaco, da qual o país é signatário, o que pode dificultar a tentativa de parar de fumar, além de continuar a trair novos consumidores, especialmente crianças e jovens. Aqui, apesar de a publicidade do tabaco ser proibida nos meios de comunicação desde 2000, ela ainda está presente nos pontos de venda na forma de displays, e a indústria tabagista ainda pode realizar atividades promocionais e patrocinar eventos culturais e esportivos.

 

Assim, 32% dos fumantes brasileiros afirmaram terem notado “frequentemente” ou “muito frequentemente” coisas que os estimulam a fumar nos seis meses anteriores ao questionário, de longe a maior proporção registrada nos 28 países participantes da pesquisa, com o segundo lugar, a Holanda, alcançando apenas pouco mais da metade deste índice (17%). Diante disso, 72% dos fumantes brasileiros, e 86% dos não fumantes, apoiam a proibição total dos displays de cigarros nas lojas.

Já com relação ao apoio para que consigam parar, os fumantes brasileiros até ouvem bastante conselhos neste sentido na comparação com os de outros países, mas o suporte oficial não vai muito além disso. De acordo com o levantamento, 39% dos fumantes relataram ter visitado um médico nos seis meses anteriores, dos quais 67% (e 25% do total de fumantes) foram aconselhados por ele a parar de fumar. Mas enquanto 82% contaram ter recebido panfletos e outras publicações sobre como deixar de fumar, só 40% ouviram orientações de como realmente fazê-lo, 28% receberam indicações de procurar serviços especializados para tanto e 12% prescrições de medicamentos para parar de fumar.

- Houve uma mudança na aceitação social do tabagismo, que era bem-vista e amplamente estimulada no Brasil entre os anos 1970 e 1990 – resume Tânia Cavalcante, secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção Quadro para Controle do Tabaco, que funciona no Inca. - Nosso desafio é aumentar o acesso destes fumantes a tratamentos de cessação do tabagismo, que é uma das mais efetivas intervenções médicas em termos de custo.

 



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