Por uma alimentação mais saudável

12.09.17 - Folha de S. Paulo


Folha de S. Paulo

Coluna Opinião - Asclepius Ramatizaz

Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da agenda 2030 da Organização das Nações Unidas traz um grande desafio aos países.

Os programas realizados nos últimos anos permitiram avanços significativos, mas a situação global ainda é alarmante: 1 em cada 9 pessoas é subnutrida.

Especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas preveem que as variações nos próximos anos impactarão a agricultura e a produção de alimentos em todo o mundo, agravando substancialmente o problema.

Com uma perspectiva tão complexa e restrita, como garantir a sobrevivência das futuras gerações?

A chamada agropecuária tradicional tem dado passos importantes para se adaptar a essa nova realidade, mas não há dúvida de que a escolha pela produção agroecológica de alimentos pode trazer a resposta mais adequada a esse cenário.

A agroecologia integra conhecimentos científicos e saberes tradicionais na construção de sistemas agrícolas de baixo impacto ambiental e alta capacidade de resiliência.

Essa abordagem propõe uma dinâmica de produção de acordo com as características dos ecossistemas, com o uso e a conservação dos recursos naturais. As estratégias de cultivo são fundamentadas a partir do equilíbrio dos componentes do solo, com a recuperação da fertilidade e sem a necessidade de agrotóxicos.

É importante destacar que a produção agroecológica não se restringe à área rural e também influencia hábitos na cidade. A crescente demanda por uma vida saudável nos centros urbanos estimula, por exemplo, a criação de hortas comunitárias com produção de verduras e hortaliças sem uso de agrotóxicos.

No Brasil, as grandes proporções territoriais e a diversidade de biomas tornam-se uma oportunidade e um desafio para a implantação de políticas orientadas à produção agroecológica. Existem no país diversas redes que aderiram a práticas sustentáveis e integradas na produção e comercialização de alimentos.

Para o fortalecimento e ampliação dessas redes, a sociedade civil organizada requisitou a elaboração de um programa que aumentasse a escala de produção e a oferta de alimentos saudáveis. Em 2013, atendendo a esse desejo, foi criado o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo).

Também nesse sentido, surgiu o Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica (Ecoforte), com o qual se buscou integrar o investimento social privado às políticas públicas com foco territorial, associando ações de pesquisa, extensão, produção, comercialização, consumo e certificação orgânica.

Ações articuladas da sociedade civil, somadas ao incentivo de políticas públicas por meio de programas e linhas de crédito, fortalecem as organizações agroecológicas, geram renda no campo e nas cidades, promovem segurança alimentar e hídrica e dinamizam os territórios.

Contribuem, também, para que um número maior de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, extrativistas e suas organizações se interessem por conhecer e participar desse ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável, proporcionando uma alimentação mais saudável aos brasileiros e ao mundo.

ASCLEPIUS RAMATIZ é presidente da Fundação Banco do Brasil. Graduado em direito, possui MBA em negócios internacionais



Link: http://bit.ly/PlanapoNotícia

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